É o que afirma o médico psiquiatra, Dr. Antônio Carlos Carvalho Reiners, que atua na área clínica desde 1981 e conta que existem outras causas como eventos traumáticos ou situações de extremo estresse – que nem sempre apresentam sinais. “É muito difícil que a pessoa se ajude sozinha, por isso é importante que familiares e amigos observem e façam essa intervenção – acompanhando a pessoa até um especialista e dando o apoio necessário”, defende.
Para o médico, alguns casos de suicídio podem ser evitados quando pessoas próximas observam sinais como isolamento, irritabilidade, desinteresse por tarefas corriqueiras, tristeza excessiva e a ameaça verbal de suicídio.
No Brasil, a incidência de casos se tornou ainda mais alarmante durante o isolamento social do período pandêmico. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 45 minutos uma morte por suicídio é registrada no país.
Diálogo ajuda na prevenção
Ainda segundo a OMS, 90% dos casos de suicídio podem ser evitados e um dos principais meios de prevenção é o diálogo. As tendências apontam a falta de interesse em atividades simples, isolamento ou ainda a melhora repentina – como um alívio, que pode indicar que a pessoa já está decidida a atentar contra a própria vida, devem ser levados a sério.
“Acontece que quem comete suicídio, não quer fazer os outros sofrerem, mas acabar com o próprio sofrimento. Essa vulnerabilidade pode ser contínua e se repetir várias vezes, por isso o tratamento é tão importante”, comenta Dr. Reiners.
É necessária a ajuda de uma rede de profissionais, como um médico psiquiatra para auxílio medicamentoso, um profissional da psicologia e um grupo de apoio – para melhora gradual e eficiente.
“Quem faz a ameaça verbal de suicídio não está blefando ou querendo chamar atenção, mas reunindo forças. Não tratar como frescura ou fraqueza pode ajudar salvar muitas vidas”, afirma o médico. Em caso de emergência ou se precisar falar com alguém, ligue 188. Busque ajuda profissional.
Fonte: Diário de Cuiabá